Sexta-feira, 13 de Abril de 2007
1. o mundo está frágil
enganador impertinente
sem nunca deixar
de querer o domínio
e o extermínio
do que deu para tirar
impiedoso, cirúrgico
sem dor aparente
2. e vão desaparecendo
a árvore o amor
pela luz e pela flor
que premeia o estar
na vida vegetal
vegetando impotente
num parto natural...
3. de quem pensa na vida
para outro tempo
mental que esquece
o presente o sempre
o igual sem dar
em troca o lugar
onde nascemos
4. e poucas são
as hipóteses de vencer
sem esperar que a morte
desenrole a troca pelo
absoluto, a verdade;
5. interrogativo silencioso
pela ansiedade
reservada ao dia seguinte
num mar tumultuoso e salgado,
bilhete há muito perdido,
onde o sonho se desencontra
no limite da nosso identidade...
Quarta-feira, 4 de Abril de 2007
...depois foi a Casa em ruína
a doutrina vulgar do mundo,
foi silêncio a cada esquina;
apenas desconsolo, e neblina
no meridiano errado, o destino
de que névoa mais congela,
a torrente do conhecimento
entorpecido nas multidões,
embora numa forma singela
mais bela que o sol, ó Sol
e ninguém deixa de querer
conjugar o verbo renunciar,
privação e paz no lugar certo,
o Vento a baloiçar sem ver
a paz que faz no deserto...